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Criação!
Autor: Antoine de Saint-Exupery, aviador e escritor francês. Conde Antoine-marie-roger nasceu em 29 de junho de 1900, tipo humano Câncer, signo Água, regência Lua, pedra Safira e flor Orquídea. Faleceu em 31 de julho de 1944 com 44 anos e 34 dias de idade. Autor de romances autobiográficos e da história infantil, O Pequeno Príncipe, 1943.
Quando o bom Deus estava criando o pai, ele começou com um molde alto.
Um anjo feminino que estava por perto disse:
- Que tipo de pai é este? Se o senhor vai fazer a criança pequena, perto do chão, porque tem que fazer o pai tão alto? Ele não será capaz de ajoelhar-se, ou colocar a criança na cama sem ter que curvar-se, até para beijar vai ter que levantar a criança.
Deus sorriu e disse:
- Sim, mas se o fizer do tamanho de uma criança, em quem as crianças vão se mirar?
E quando Deus fez as mãos do pai, elas eram largas e fortes.
A anja sacudiu a cabeça e disse:
- Mãos largas não podem manejar bem fraldas, alfinetes, pequenos botões, fitas ou mesmo remover sujeirinhas causadas pelo futebol.
Deus sorriu de novo e disse:
- Eu sei, mas elas serão grandes o suficiente para carregar tudo que um pequeno garoto tirar de seus bolsos, e ao mesmo tempo poderão reter um rosto de criança dentro delas.
Então Deus moldou as pernas, longas e os ombros largos.
Você reparou que acabou de fazer o pai sem busto para servir de colo? - falou a anja.
Deus disse:
- A mãe precisa ter colo. O pai precisa ombros fortes para puxar um carrinho, para equilibrar um garoto na bicicleta, para carrega-lo adormecido no caminho de volta do circo.
Deus estava para criar os maiores pés que alguém já viu, quando a anja não se conteve:
- Isto não é justo. O senhor honestamente pensa que essas galochas vão pisar manso saindo da cama quando a criança chorar de madrugada? Ou caminhar por uma festa de aniversário sem pisar pelo menos três dos pequenos convidados?
Deus sorriu e disse:
- Vão funcionar. Você vai ver. Eles agüentarão uma criança enquanto ela monta em um cavalo, ou vão assustar um rato no acampamento de verão.
Deus trabalhou toda a noite, dando ao pai poucas palavras, mas uma voz firme e com autoridade; olhos capazes de ver tudo, mas ainda assim manterem-se calmos e tolerantes. Finalmente, quando estava praticamente terminando, ele acrescentou lágrimas. Então, voltou-se para a anja e disse:
- Agora, você está satisfeita? Eu fiz o pai ser capaz de amar tanto quanto uma mãe!
E a anja não disse mais nada.